(5-6) Hannah Arendt e o Trem da Vida

Nossa lista “Política e Humanidade em Conflito” conta com uma dupla indicação hoje, recomendando os filmes “Hannah Arendt” e “Trem da vida”. Esperamos na sequência nos fazermos entender do porquê da dobradinha.

Adolf Eichmann, uma das figuras mais sombrias do Holocausto, e Hannah Arendt, considerada uma das mais influentes filósofas do século XX, são os personagens do primeiro filme que, ao tratar do julgamento de Eichmann no Tribunal de Nuremberg e das conclusões de Arendt sobre o processo, narra a aterradora descoberta da existência da banalidade do mal. Uma tese elaborada por Arendt que sustentava que mesmo o mais medíocre dos homens seria capaz das piores atrocidades não por sua personalidade particularmente má, mas por ser a tarefa a ele atribuída por um Regime Político extraordinariamente cruel. Aos que queriam condenar um monstro, a banalidade do mal soava ofensiva; a nós que olhamos ao nosso redor, temos um rasgo de explicação para a violência mundo afora.

Já o Trem da Vida é um filme (pura ficção)  de  Radu Mihăileanu (excelente diretor franco-romeno), que trata de uma tentativa de fuga de uma comunidade judaica no período de ocupação nazista. A fuga é realizada a partir de uma farsa, na qual alguns dos judeus precisariam se passar por oficiais nazistas para que todos pudessem sair da pequena cidade fingindo-se ou de prisioneiros ou de aprisionadores em um trem. Mesmo com a abordagem poética de “O Trem da Vida”, a associação com o filme sobre Hannah Arendt se dá exatamente pela força dos papéis sociais que assumimos em certas circunstâncias, lembrando a conclusão sobre a função de Eichmann no holocausto. 

Ao refletirmos sobre a humanidade e a política, a questão que fica é: somos o que o somos ou aquilo que passamos a ser como parte de um contexto social?

De onde viemos e para onde vamos são as perguntas que responderemos na próxima indicação! (Brincadeirinha) Exageramos um pouquinho na filosofia neste post, mas os tempos difíceis exigem reflexão. Boa quinta!!!!

#Hannah Arendt

#RaduMihaileanu

#nazismo

#mal