Devaneios

Milagre de Natal ou de aniversário?

Fim de ano mexe comigo, acentua minha índole nostálgica. Faço uma retrospectiva estilo “Globo Repórter” onde repasso eventos no Brasil, no Mundo e no meu universo particular.

Em 2025, Trump foi quase Nobel da Paz, uma síntese da loucura dos tempos. Ninguém precisa de mim para lembrar.

No meu micro espaço, foi tempo de revolução: sucessos e insucessos… eventos apoteóticos (esses, felizmente, no setor das boas novas).

Entre sábado e domingo, aconteceu algo incrível. Eduardo e eu chegamos em casa tarde (depois de tudo de lindo que se passou no Pesto). Duas moças desconhecidas (vizinhas, soube depois) estavam paradas na frente de nossa casa, olhavam para o telhado. Perguntamos o que se passava. Disseram: “Tem um gato lá em cima, parece com o gato desaparecido do cartaz ali no poste”. As vizinhas se foram. Tentei ver o gato, subi em nosso terraço, nada. Fui dormir. 

Domingo, quase meio dia, ouço um miado. Subi no terraço, nada. Saio para a rua, olho a foto do desaparecido colada no poste. Volto, ouço de novo o miado. Olho para cima, um gato, melhor, O gato.

Volto pro poste, ligo para o telefone, atende uma moça. Digo: “Oi, acho que achei seu gato”. Ela fica reticente, explica que já teve vários alarmes falsos. Mesmo assim, chega em 10 minutos, caixa de transporte em mãos.

Eduardo já tinha colocado a escada a postos .  O sumido passou para o alto de uma árvore.  Inúmeras manobras depois, ela consegue alcançá-lo: sim , era O gato, o Romeu.

Ela desce da escada. O gato vai para a caixa. Ela desaba em um choro profundo, sentia-se culpada:  Romeu estava com um cuidador, que o deixou escapar em menos de 24 horas há 7 quadras de nossa casa fazia 5 dias.

O que dizer sobre isso?

1) um cartaz colocado tão distante do local do sumiço; 2) visto pelas vizinhas; 3) que ouviram o gato no exato momento que chegamos; 4) a permanência do andarilho em nosso telhado; 5) o reencontro.

A dona do Romeu (uma moça que desconheço o nome), estava de aniversário no domingo. Abandonou sua festa sob protestos da família para uma nova busca, provavelmente, infrutífera (era o que todos diziam). Choramos as duas.

Ela me disse: “pedi o retorno dele como presente de aniversário”. O desejo foi atendido.

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