Uma homenagem da Biblioteca Central da UFRGS (BC) sem som, em preto e branco, os tempos são difíceis.
Uma equipe que foi para isolamento social já de luto. Eu, naquele momento, achei bom trabalhar em casa, era muito difícil estar na biblioteca sem a Denise (Ramires), grande especialista em catalogação e muito amada amiga.
Hoje, a equipe está bem, saudável de corpo, nem tanto de alma. Não sei quem está bem de alma com tantas perdas de vida e de renda ao redor. Foi um ano de luto para uma equipe tão acostumada com a luta.
Apesar da tristeza, eu, particularmente, tenho uma gratidão infinita: tenho um emprego, salário garantido, e um trabalho absolutamente adaptável ao isolamento social. Seguimos hiper ativos, desenvolvendo projetos desafiadores e, principalmente, próximos de nossos usuários que tanto precisam de suporte para o Ensino Remoto.
Não apenas a sobrevivência está garantida, mas também o sentido da importância do trabalho e a adrenalina do desafio permanecem no nosso cotidiano. Isso me ajuda muito, me ajuda a enfrentar as tristes notícias tão desamparadas em políticas públicas.
A equipe da BC é um outro presente: ativa, comprometida, competente e muito criativa. É muito bom estar na BC e, portanto, não poder estar na BC é muito difícil.
Mas, aprendemos muitas ferramentas: compartilhamos tela, fazemos mil anotações nos documentos do Google Docs, seguimos nossa cultura de ampla discussão e colaboração centrada em soluções e não em problemas. E, sendo assim, mesmo com todas as dificuldades, termino este desabafo com outra frase do Guimarães Rosa para complementar a que finaliza o lindo vídeo da BC, que me surpreendeu e me emocionou pela manhã.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
Guimarães Rosa
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